sábado, abril 18
Dia do Livro Infantil?
Hoje fugi totalmente da rotina: de manhã dei um rolé no comércio, comi um feijão bem temperado num restaurante da vizinhança, vi um filme depois de assistir Em Movimento, meu programa regional preferido, e só fui ligar o computador por volta das cinco da tarde. Fosse um dia ‘normal’, a sedutora máquina seria ligada na seqüência do café da manhã. Fui direto dar uma conferida nos jornais locais e foi assim que fiquei sabendo que hoje se comemora o Dia Nacional do Livro Infantil. Em geral nem fico sabendo dessas comemorações que existem mais para estimular as vendas do comércio, mas até que esta faz sentido. A data foi escolhida em homenagem a Monteiro Lobato (18 de abril é o dia do seu nascimento), sem dúvida o ‘pai’ da literatura infanto-juvenil do Brasil. A propósito da data, a Gazeta Online foi a uma livraria de shopping pesquisar se os vendedores têm informação suficiente sobre esse tipo de literatura. Para isso levou um teste de 5 perguntas, preparado pelo professor Francisco Aurélio Ribeiro. Não vou aqui questionar o teor das perguntas, só acho uma covardia fazer isso com jovens de 19, 20 anos, certamente no seu primeiro emprego, para depois colocar na manchete “vendedores de livros são reprovados”.
Uma das perguntas tinha a ver com as obras de Monteiro Lobato. Ora, está certo que ele foi um autor de destaque no início do século XX, mas morreu em 1948. Eu tive a felicidade de ler grande parte da sua obra durante a minha vida escolar, enquanto os jovens de hoje – e muitos adultos também - conhecem o escritor superficialmente, apenas pela televisão, que levou para a telinha algumas histórias do Sítio do Picapau Amarelo. Aliás, a Globo não foi a primeira; antes dela, episódios do Sítio foram levados ao ar pela Tupi, Cultura e Bandeirantes. E ainda bem que isso aconteceu, se não o desconhecimento seria ainda maior. Tenho minhas dúvidas se as histórias de Lobato, escritas para crianças de classe média de um Brasil rural, teriam tantos leitores nos dias de hoje. Mas deixo essa discussão para os especialistas. Queria mesmo era falar do quizz, assim mesmo, em inglês, como está no jornal.
Ah, a propósito, os três jovens entrevistados acertaram uma, duas e duas questões, das cinco propostas (tem até vídeo, mostrando as respostas ao vivo). Quis me submeter também ao teste, por escrito, sem ver o vídeo antes, lógico. Juro pra vocês que acertei as cinco questões, mesmo sendo uma ignorante no assunto. Também, pra alguma coisa há de servir o peso da experiência (leia-se idade), né não?
Se vocês quiserem fazer o teste, vão lá no link:
http://gazetaonline.globo.com/_conteudo/2009/04/78255-no+dia+do+livro+infantil+vendedores+de+livrarias+sao+reprovados.html
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Como ex vendedora de livros, tenho que dizer que essa sim é uma covardia sem tamanho. Pelo pouco tempo que vivi nesse meio, percebi que nem todos os funcionários ali tiveram as mesmas oportunidades que eu tive, muito menos tinha um curso de Letras. A verdade é que, mesmo assim, eu admito não ter acertado todas as perguntas. Será por que eu não tenho instrução ou informação suficientes? De fato, a ideia do quizz foi infeliz e só aumenta a insatisfação com esse tipo de veículo comunicativo.
ResponderExcluirAgora, quanto à sua dúvida em relação ao comentário que eu fiz a respeito da linguagem solta e sem conservadorismo, foi sim um elogio e, você tem razão, é um aspecto que eu sempre admirei em você, na pele de professora ou de amiga, utilizar da mais simples linguagem, nos aproximando, nos encontrando. Afinal de contas, para que teria servido 6 meses de sociolinguística se eu não tivesse aprendido isso com você?
Continuo aqui e lá no blog. Ontem o post foi inspirado no seu e-mail, incentivando-me a postar diariamente. Tenho certeza que não vou muito longe, mas vou aproveitar o tempo do feriado...
Abraços,
Sarah.