domingo, maio 2

Feriado no sábado, ruas desertas?



Sexta-feira, seis horas da tarde. Ia receber a família para um vin d’honeur, daí resolvi ir ao supermercado comprar umas cositas para mastigar. Bem, parece que todos no bairro tiveram a mesma ideia porque tinha gente saindo pelo ladrão. Primeiro foi uma guerra para estacionar. Depois uma luta para encontrar um carrinho disponível. Parecia que tinham anunciado alguma catástrofe para os próximos vinte dias e o povo tinha corrido para comprar provisões. Nada disso: era fim de mês e véspera de feriado de primeiro de maio (logo no sábado, que pena), não tinha mais o que comer em casa, imagino. O pior foi enfrentar a fila do caixa depois: mínimo de quarenta minutos, sem direito a reclamação. Pensa que acabou? Que nada, o trânsito estava uma loucura! Como são pacientes e educados os motoristas desta cidade! E em especial deste bairro, Jardim da Penha. Aliás, o trânsito aqui é um caso à parte. Nas rotatórias, quem vem na pista da esquerda quer entrar (e entra!) na rua da direita. Nas pracinhas (ai, as pracinhas!), há pelos menos quatro faixas para pedestres, então é preciso atenção redobrada para não atropelar ninguém: as pessoas vão atravessando, cheias de orgulho, se sentindo cidadãs que podem atravessar as ruas em passo de tartaruga, que os motoristas esperam cal-ma-men-te. Tão calmos, que mal avistam um pedestre vindo em direção à faixa, mesmo que faltem ainda uns dez metros, já freiam para esperar que elas cheguem ao meio fio. EITCHA! Daí vem mais outra, mais outra, mais outra... e mais uma bicicleta, mais duas motos... Ai, como são civilizados motoristas e pedestres, em Jardim da Penha, em sua convivência exemplar!