quarta-feira, março 4

A danada da língua diferente



Fiquei hospedada num três estrelas simples e confortável situado na região da Providência, onde vivem as famílias de maior renda e onde se situam mais de 80% das embaixadas estrangeiras. Ali estão também muitos dos melhores hotéis da cidade, bares, cafés, restaurantes e lojas mais elitizadas. Tenho que reconhecer que a estrutura de suporte ao turismo é muito boa, mas, com a invasão brasileira àquele país, os chilenos têm que aprender rapidamente a falar português. Talvez porque o Chile não tenha fronteiras com o Brasil e as relações políticas e de amizade entre os dois países não fossem notáveis, não havia motivação para estudarem nosssa língua. Claro, também só muito recentemente o Brasil começou a olhar para os países da América do Sul e estimular a integração do continente, criando, inclusive, cursos de espanhol nas escolas. Mas o interessante é que nós compreendemos los hermanos que hablan cualquier variedad del español, enquanto eles têm muita dificuldade em entender nossa língua. Posso imaginar a confusão que reina nas estações de esqui no inverno, quando, segundo uma guia, “só se ouve português, a presença dos brasileiros é dominante”. Viu só? Por isso durante minha estadia naquela cidade, só usei meu péssimo portunhol quando a aflição do meu interlocutor parecia ter chegado ao grau máximo (risos).

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