terça-feira, março 10

Circulando por Santiago

Vamos deixar as lembranças tristes de lado, que eu fui pra Santiago pra me divertir. Fiquei logo íntima da cidade. Circulei no centrão financeiro na hora do almoço, vi monumentos, prédios públicos, praças, enfim, os pontos turísticos principais. Santiago tem shoppings imensos, mas para falar a verdade, nem cogitei de conhecer nenhum deles, já que meu interesse não era comprar. O único que conheci foi o Panorama Mall, na zona mais agitada da Providencia, quando fui à casa de câmbio. É muito fácil andar pela cidade. O metrô tem quatro linhas muito bem planejadas, conectadas com terminais de ônibus, pra turista nenhum botar defeito. Além de serem super confortáveis e limpos, são também bem equipados e decorados: há telas de plasma por toda parte. Uma coisa que é chata pra quem não está acostumado é que existem três preços de bilhete, dependendo da hora. Nas horas de pico, mais caros. Tem que ficar esperto porque ali o jeitinho brasileiro não funciona.


Fui visitar o Museu de Arte Pré-Colombiana. Não tem nem comparação com o da cidade do México, que é monumental, mas fiquei realmente impressionada com o estado de conservação das peças. Lindo mesmo. A propósito, por toda parte em Santiago se vê referências à Ilha de Páscoa, aos moais e à civilização rapa-nui. Patrimônio da humanidade, apesar de ter origem na Polinésia, a ilha de Páscoa pertence ao Chile, mas o país sabe muito pouco a respeito dela. Localizada no meio do Pacífico, a 3 700km da costa oeste chilena, o acesso é muito difícil. São dez horas de vôo, partindo de Santiago. Nessas condições, até o turismo está reservado aos muito endinheirados.


Tive a felicidade de poder ver no Centro Cultural La Moneda a exposição Frida y Diego, vidas compartidas. A arte de Frida Kahlo é sempre surpreendente e aqui, posta ao lado das obras de Diego Rivera, ganha dimensão incomparável. A exposição ficou três meses em exibição. Além das pinturas dos dois artistas, era complementada por instalações sobre a vida do casal e por peças de arte pré-colombiana também vindas do México. Foi uma das coisas que mais valeram a pena ver na viagem.











Como não poderia deixar de ser, fui ver também o Museu de Solidariedade Salvador Allende, cujo acervo é composto de doações de pinturas e esculturas, inicialmente reunidas em Madri durante a resistência à ditadura de Pinochet, e anos mais tarde foi transferido para Santiago. O museu fica numa casa um pouco distante do centro, mas é imperdível para adeptos da causa socialista. Numa das salas pode-se escutar a gravação original do último discurso de Allende. É tudo muito arrumadinho, as obras são significativas, mas, na minha opinião, o velho compañero merecia muito mais. Saudosista? Talvez!



Algumas das obras do Museu de Solidariedade Salvador Allende















3 comentários:

  1. Fala Regina do Egito,
    Li todos os seus relatos. Tudo que você falou sobre a viagem e gostei muito da sua narrativa e do jeito que vc escreve. Queria ler só o primeiro parágrafo, mas fiquei preso na leitura.
    Fiquei também com água na boca pra fazer uma viagem legal dessa. Há tanta coisa bonita pra se ver na América Latina.
    Obrigado por compartilhar as experiências.
    Abraço forte
    Altair

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  2. Chiquérrima!!!

    Escrever, isso eu sempre soube que vc faz muito bem! E que espaço maravilhoso para uma narrativa: El Chile!! uêpa!

    Saudades!! Volta logo!

    Bjussss

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  3. Nada como ter bons amigos para encher a bola da gente. Obrigadíssima, meus amores.

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