sábado, maio 23

Porque hoje é sábado

Foto roubada na página da PMV
Esta manhã tomei uma decisão corajosa: ir ao centro da cidade fazer pesquisa de preços numa loja bem popular − Casas Bahia. Viram onde a crise faz a gente ir, na esperança de economizar alguns tostões? Como não sabia onde ficava a loja, que é recente no Estado, atravessei toda a avenida Jerônimo Monteiro, fiz o retorno perto da Florentino Avidos e estacionei atrás do relógio da Praça Oito, a poucos passos dela. As surpresas começaram já no início desse trajeto. Acreditem, ao contrário do que supunha, havia um trânsito intenso! Esperava encontrar uns gatos pingados, mas decididamente não fui a única a ter a brilhante idéia de ir ao centro nesta manhã. Só depois me lembrei que, aos sábados, é permitido o estacionamento de veículos ao longo da Jerônimo Monteiro e da Princesa Isabel, daí o congestionamento inesperado. Bem, não encontrei exatamente o que queria, mas, com alguma tranqüilidade, atravessei o camelódromo da Praça Oito e fui dar uma conferida nas novidades da Marisa.

Não pude evitar uma sensação de tristeza enquanto caminhava. Entra prefeito, sai prefeito, e o blablá em torno do projeto de revitalização do centro continua no papel. De boas intenções o inferno anda cheio, diz o ditado. As tímidas intervenções governamentais não foram suficientes para evitar a decadência, e o centro permanece abandonado a sua própria sorte.
Sou do tempo em que as meninas de boa família podiam circular em segurança pelas ruas da cidade, em especial no circuito praça Oito−Costa Pereira, onde todo mundo se encontrava. Minha identidade de capixaba da gema está marcada por muitas idas e vindas pelas ruas da capital. Como moradora do centro, tudo ficava a poucos passos da minha casa: a escola, a catedral, o clube, a sorveteria e a lanchonete da moda, o instituto de línguas, a única livraria, o comércio chique... Peraí, não vou deixar o saudosismo tomar conta deste post.
(Mas que mal há em remexer o baú e tirar dele boas lembranças? )


De volta à realidade, só queria ressaltar o lado bom da minha “aventura” de hoje no centro da cidade. Longe do ambiente asséptico dos shoppings centers, caminhando entre as pessoas que esperavam nos pontos de ônibus, examinavam mercadorias no interior das lojas ou simplesmente iam a algum lugar, me senti um semelhante, me senti povo, como todos. E ao recobrar essa dimensão do humano, em geral apagada no cotidiano, mentalmente me solidarizei com essas criaturas e, por alguns instantes, fui feliz.

Um comentário:

  1. Que linda, gente. Coisa mais gostosa o centro. Mas eu acredito mesmo que na sua juventude devia ser muito mais agradável. Passo pelo centro como criança do interior que acaba de chegar na cidade... e acho que meu lugar nunca foi Vila Velha... mas isso já é outro assunto.

    Professora, me diga uma coisa que eu andei reparando... ainda não aderiu à nova ortografia? Estou praticamente sendo obrigada a isso agora.

    Beijão.

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