ELE, O CORONA
Assim como Sherazade...
Observações, abobrinhas e pitacos sobre o cotidiano
quarta-feira, abril 15
ELE, O CORONA
quarta-feira, fevereiro 23
Miraflores, o queridinho dos turistas
A província de Lima está dividida não em bairros, mas em distritos, cada qual com sua administração particular. São 43 distritos ao todo, entre os quais Miraflores se destaca por seu grande movimento comercial, cultural e turístico. Aí estão os melhores hotéis, cassinos, restaurantes, comércio elegante e diversões. San Isidro é o centro financeiro e residencial das pessoas de melhor poder aquisitivo, onde estão também as embaixadas e se paga o metro quadrado mais caro da capital. Esses dois distritos são próximos, têm segurança, ruas limpas e ajardinadas, prédios modernos e muitos parques.
sábado, fevereiro 19
Centro Histórico do Distrito de Lima
É como ir a Roma e não ver o Papa
Lima - Palácio do Governo
Como a grana anda curta e não tenho cartão corporativo do governo, o jeito foi programar uma viagem pelo continente mesmo. Queria ir a um lugar ainda desconhecido. Uma pesquisa na internet rapidamente me ajudou a definir o destino: Lima, Peru. Explico: todas as capitais dos outros países - Venezuela, Colômbia, Bolívia, Equador e Guianas - estão situadas entre 2650 e 3700m de altitude. Como assim, vai dizer que Lima também não está no alto? Por incrível que pareça, está no nível do mar. Cuzco, sim, está a 3400m de altitude. O Peru está dividido em três regiões distintas: a costeira, a selva amazônica e a serra andina. Por sorte Lima fica na costa. Assim, me tornei uma espécie rara de turista: fui ao Peru e não conheci Cuzco nem Machu Picchu. E devo confessar aqui ao pé de ouvido: também não provei o PISCO, a aguardente que é orgulho nacional. E chá de coca, bem, não foi preciso.
Tenho razões suficientes para não suportar altas altitudes. Fiquei meio traumatizada depois de uma viagem à Cidade do México, há uns dez anos. E olha o México D.F. só está a 2265m acima do nível do mar. Mas nos cinco primeiros dias não conseguia andar nem respirar, parecia que ia desmaiar a todo momento. Por isso lamento, mas os demais hermanitos do continente só vão ter o prazer de receber minha visita talvez na próxima encarnação.
Acreditem: foi muito divertido interagir em portunhol e às vezes ter que repetir duas vezes o texto para ser entendida. Da mesma forma, foram prazerosas as descobertas, o contato humano e a intimidade com uma cultura tão diversa, mas tão próxima da nossa latinidade.
sábado, fevereiro 5
Quem mexeu no meu queijo? Argh!
Você tem incompatibilidade com alguma espécie de alimento? Daqueles que, mal você chega perto, seu estômago dá duas voltas e pede pra sair correndo pra bem longe? No meu caso, tenho vários, alguns mais suportáveis que outros, mas o tal do queijo... argh! Esse, desde que me entendo por gente, não suporto farejar puro nem misturado. Prato, mozzarella, parmezon, catupiry, requeijão, enfim qualquer tipo, sofisticado ou não, não desce goela abaixo, me dá engulhos. A tal da manteiga também entra no mesmo pacote.Tudo bem, substituo esses laticínios por outros produtos e fica tudo certo. Mas já notaram que o mundo cada vez mais toma partido daqueles que gostam do sabor de queijo e padroniza os alimentos, deixando os que não o suportam sem opção? Nas pizarias, por exemplo, explicar ao garçon que quero a número 12 com tudo o que está ali descrito exceto a mozzarella é uma dificuldade. Como a senhora não vai querer o queijo, é a melhor parte. Na lanchonete, a variedade de salgados é grande: enroladinho de presunto e queijo, coxinha com catupiry, pão de queijo, croquete de milho com catupiry, esfirra de carne com queijo, pastel de carne e de queijo... e assim por diante, tudo com o mesmo sabor (horrível) de queijo. Hoje, como faço todo sábado, fui à Monte Líbano, indiscutivelmente a melhor padaria das redondezas. E criei expectativas: quem sabe encontraria uma torta salgada de frango ou palmito, algo saboroso que aplacasse uma fome de coisa gostosa, sabe como é, não? Uma olhada rápida nas prateleiras logo destruiu meus desejos. Chamei a gerente, na tentativa de convencê-la a preparar produtos para não-queijeiros. Ela disse que, infelizmente, a maioria gosta dos produtos, eu é que sou a exceção. Mas eu poderia escolher entre vários tipos de pão de sal e doces, e também bolos, biscoitos e docinhos. Que belo consolo! Vocês acham justo que eu seja privada de tantas delícias compulsoriamente? Sei de outras pessoas que têm restrição alimentar e também não podem comer queijo, sal ou açúcar ou glúten. Quem se importa conosco?
terça-feira, janeiro 25
Viajar é preciso, viver também é preciso...
quarta-feira, janeiro 19
CHULEPA
Mas não são apenas os nomes dos italianos que revelam trocadilhos. No núcleo pobre a brincadeira está em Felícia (=feliz, boa, generosa) e sua filha Fátima (=pessoa que sabe ouvir a intuição e não se prende a regras ultrapassadas). Entre os emergentes não poderia faltar uma família Silva, como que reforçando a tese de que um pobre pode “chegar lá”, seja reciclando lixo – Olavo (=sobrevivente) da Silva – ou com um golpe de sorte – Fortunato (= sortudo) da Silva (ou, quem sabe, como torneiro mecânico?). Outras análises poderão, talvez, descobrir novas relações significado/personalidade, mas um nome em especial me despertou curiosidade -- o do namorado da patricinha Lorena Gouveia, a qual perdeu Agnelo para a mãe. Como prêmio de consolação (eu disse prêmio?), recebeu um rapaz sem nome nem sobrenome, conhecido apenas como Chulepa. Essa charada eu não matei. Alguém aí pode me explicar o que isso quer dizer?