De vez em quando dou uma passeadinha nos colunistas da Veja online. Até para ter o termômetro dos ‘formadores de opinião’. Tem os conservadores ao extremo, os conservadores médios e os simplesmente conservadores . Todos os matizes políticos. Às vezes são até engraçados na sua tentativa de convencer a gregos e goianos de que o país não tem mais jeito, mas no geral, são patéticos. Por que você perde tempo lendo, então? - alguém poderia questionar. A resposta é simples: porque sei reconhecer e admirar a inteligência dos ‘formadores’, e respeito seu modo de pensar. Mas não é sobre nada disso que queria falar e sim destacar uma colunista em particular, a escritora e psicanalista Betty Milan, que mantém ali uma coluna chamada Consultório Sentimental. É o próprio! Os leitores escrevem contando alguma experiência traumática, fazem confidências e, claro, querem ouvir a opinião profissional de Milan. Discípula de Lacan, a moça não passa a mão na cabeça dos analisados. Mas tudo com muita competência e delicadeza. Foi de um desses conselhos que retirei o seguinte trecho: “Quem se enrijece numa posição, quem não tem ginga, sofre. A gente precisa aprender a dançar com a música e este aprendizado não tem fim porque a vida surpreende. Requer a nossa transfiguração, a mudança de perfil. Neste sentido, ela é como o teatro e nós como os atores que encarnam diferentes personagens.”
Fiquei alguns minutos matutando sobre tal ensinamento, tão simples e tão verdadeiro. Quantas personagens – boas, más, medianas – fui impelida a interpretar nesta minha existência, muitas delas conta a minha vontade! Algumas vezes resisti à mudança de caracterização, nadei contra a maré, quis imprimir um ritmo pessoal à música, transgredir... Realmente a vida surpreende! É preciso flexibilidade e perspicácia para perceber o que ela está querendo nos ensinar. E é o inesperado, é nesse desafio diário que reside a beleza de poder construir a felicidade.
Minha amiga, quão (rsrs) ponderada vc está ficando... Saudade! Cida
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